Ementas das Mesas Redonda

Mesa redonda 01 – Voz no poema, asa na vida: poéticas andarilhas - Lilian Carla Barbosa Marçaneiro, Lilian Lopes Martin da Silva e Antonio Carlos Rodrigues de Amorim. Mediadora: Alda Regina Tognini Romaguera

Ementa: Inspirada na frase “Voz no poema, asa da vida”, do Centro de Experimentação Poética (CEP 20.000), esta mesa conversa com uma prática de poesia falada, que nomeamos poéticas andarilhas. Dialoga com os atravessamentos que a ocupação das ruas em experimentações propostas pelo CEP – tais como no projeto “Pô, ética!” - afetam tanto a produção acadêmica, quanto provocam encontros urbanos, nas suas performances em espaços públicos.

Mesa redonda 02 – O Brasil que lê: bibliotecas comunitárias e resistência cultural na formação de leitores - Cida Fernandez (Maria Aparecida Arias Fernandez), Lídia Cavalcanti e Carlos Wellington Soares Martins. Mediadora: Ester Calland de Sousa Rosa

Ementa: As bibliotecas comunitárias são espaços de formação de leitores, de resistência e de afirmação da identidade cultural em territórios marcados pela exclusão de direitos e de acesso a bens culturais. Pesquisas na área destacam que esses espaços são, em sua maioria, organizados por iniciativa de lideranças locais e são mantidos por amplas redes de apoio, sem a intervenção regular do poder público em seu financiamento ou proposta de trabalho. São também espaços de formação de mediadores de leitura, majoritariamente mulheres e jovens moradores de comunidades localizadas em periferias urbanas. Nesses ambientes, a formação de leitores tem como foco o acesso à Literatura, entendida como direito humano, e ocorre através da realização de práticas em que predominam a leitura compartilhada, o exercício da autoria e vivências com diferentes linguagens artísticas. Conhecer essas experiências traz elementos importantes para o debate no campo da leitura e da formação leitora, em especial porque evidencia que o livro e a biblioteca são bens culturais valorizados e demandados por segmentos sociais que são, muitas vezes, categorizados na sociedade brasileira como sendo compostos por “não leitores”.

Mesa redonda 03 – Poesia de cordel e as questões de gênero - Letícia Oliveira, Bruna Paiva Lucena, Simone Santos, Fanka Santos e Julie Oliveira. Mediadora: Maria Gislene Carvalho Fonseca

Ementa: Nesta mesa apresentamos uma reflexão histórica sobre as mulheres autoras de cordel, que foram invisibilizadas em suas produções, mas que atualmente reivindicam serem reconhecidas. Falamos sobre a trajetória das pesquisas acadêmicas – produzidas por mulheres – que questionam as antologias e os demais trabalhos que não identificaram as produções femininas; sobre o Movimento Cordel Sem Machismo, em que jovens autoras contemporâneas se unem para criar mecanismos de transformação; sobre como as mulheres foram descritas pelos chamados fundadores do cordel no Brasil.

Mesa redonda 04 – Vida surda na contemporaneidade e as lutas menores nos becos e em rotas marginais nas ruas - Maura Corcini Lopes e Patrícia Luiza Ferreira Rezende. Mediadora: Vanessa Regina de Oliveira Martins

Ementa: Diante de uma explosão de informações, aparentes conquistas e certa visibilidade dada aos movimentos surdos na atualidade, sobretudo, a marcada presença da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em espaços institucionais formais, midiático e até presidenciais, ainda nos cabe falar em lutas marginais surdas? Há silenciamento e vulnerabilidade a certas formas de vida surdas na atualidade? Os direitos linguísticos e a expressividade surda na diferença, sobretudo, na escola após a alteração legal e inserção da modalidade bilíngue de ensino, incorporada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) em agosto de 2021, atendem aos anseios surdos frente a educação? O que falta? Há movimentos menores surdos em becos e em vias marginais, por vezes não trazidos paras as rotas centrais e os caminhos tradicionais? Isso auxilia a resistência à normatização da vida na diferença? Com tantas perguntas abertas essa mesa objetiva analisar as formas contemporâneas dos movimentos surdos, a normatização educacional na ação da incorporação de uma educação bilíngue maior e a necessidade da ativação de potências menores postas nas ruas como forças que desterritorializam a padronização das vidas, do aprender e da expressividade que a diferença mobiliza.

Mesa redonda 05 – Programa biblioteca ambulante e literatura nas escolas (bale): experiência exitosa de resistência e incentivo à leitura no semiárido potiguar - Diana Maria Leite Lopes Saldanha, Keutre Glaudia da Conceição Bezerra, Maria Gorete Paulo Torres e Maria Eridan da Silva Santos. Mediadora: Maria Lúcia Pessoa Sampaio

Ementa: Esta mesa terá como esteio o panorama da atuação por quinze anos do Programa Biblioteca Ambulante e Literatura nas Escolas (BALE) na região do Alto Oeste potiguar, com base nas experiências das equipes que atuam em cinco cidades distintas. Visa, ainda, a refletir sobre as práticas de mediação de leituras utilizadas pelo Programa para formar e autoformar leitores, através da metáfora “Canteiros”: Formação, Informação, Encenação, Contação e Ficção. Serão apresentadas na mesa as atividades realizadas e suas repercussões nas comunidades bem, como as experiências vivenciadas por esses sujeitos que coordenam as ações, tanto em espaços escolares como em espaços não-escolares.

Mesa redonda 06 – Escritas e leituras arruaceiras - Rafael Haddock-Lobo Luiz Rufino, Adailton da Moreira e Fabiana Cozza. Mediadora: Thamara Rodrigues

Ementa: O livro “Arruaças: uma filosofia popular brasileira”, publicado em 2020 pela editora Bazar do tempo, é um projeto, nascido em mesas de bares, que pretende mostrar a relevância dos saberes populares, como os sambas, as capoeiras, as macumbas e outras manifestações culturais afroameríndiobrasileiras. Escrito por um pedagogo, um historiador e um filósofo, o livro traz textos de Luiz Rufino, Luiz Antonio Simas e Rafael Haddock Lobo, através de uma escrita que pretende dialogar, não com o leitor especializados, mas com aqueles que inspiram a escrita do livro e que são, eles, os produtores de saber. Nesse sentido, com a participação de dois autores do livro, a mesa pretende, em um primeiro momento, dialogar sobre a experimentação de uma escrita que seja, ela também, arruaceira. Em um segundo momento, a conversa acontecerá em torno das aventuras de leitura a que o livro conduz, com as falas da cantora, escritora, pesquisadora e intérprete Fabiana Cozza e do Babalorixá Adailton Moreira, mestre em educação, Doutorando no Programa de Bioetica da UFRJ e um dos grandes nomes do Candomblé.

Mesa redonda 07 – RAP e Tecnologias - Rogério Pelizzari de Andrade, Flávio Eduardo da Silva Assis e Deni Ladi (Ederson Edenir Ferreira). Mediador: Marcelo Vieira Pustilnik

Ementa: A finalidade desta mesa é o debate com colegas professoras/es sobre leitura, smartphones e cultura de rua. A ideia é de estabelecer uma discussão na relação entre dispositivos móveis e leitura, direcionados para a cultura musical dos estudantes, mais especificamente, ao rap, dentro das práticas de leituras apoiadas nas novas tecnologias e nas referências musicais dos alunos. Pensar propostas a serem utilizadas no processo de aprendizagem incorporando a cultura da rua com a da sala de aula.

Mesa redonda 08 – Rotas e Rumos: leituras e olhares socioeducativos nas ruas - Josely Rimoli, Renata Sieiro Fernandes e Bruno Mariani de Souza Azevedo. Mediadora: Helenice Yemi Nakamura

Ementa: Leituras possíveis da rua através de ações multidisciplinaridades, nos campos da educação, da arte e da saúde, com população que se encontra em condições de vulnerabilidade. Enfrentamento à violência, trajetórias, vínculos, cuidados.

Mesa redonda 09 – Políticas de Leitura no Brasil - Larissa de Souza Oliveira, José Castilho Marques Neto e Ezequiel Theodoro da Silva. Mediadora: Lilian Lopes Martins da Silva

Ementa: Nos últimos 40 anos, diversos segmentos da sociedade civil relacionados ao livro e a leitura, bem como esferas da administração pública vem somando esforços na busca de uma democratização da prática da leitura, compondo uma rede de vozes e ações que sustentam planos e programas de leitura e lutam pela garantia da Lei Nº 13.696, de 12 de julho de 2018. O Congresso de Leitura do Brasil (COLE) é parte fundamental dessa história desde seu surgimento em 1978.  Mais recentemente, a pesquisa “O Brasil que lê” reuniu iniciativas de promoção à leitura de todo o país, trazendo à tona uma extensa malha fiada cotidianamente, na direção de democratizar essa prática cultural. Que futuro se delineia agora? Que forças estão em jogo? Esta mesa propõe uma reflexão acerca desses movimentos em torno das políticas de leitura no país.

Mesa redonda 10 – Atlas portátil de la revuelta callejera en Chile - Patricio Landaeta, Javiera Carmona Jiménez e Ari Jerrems. Mediador: Marcus Pereira Novaes

Ementa: La propuesta se inspira en diversos proyectos de producción colectiva de conocimiento que han surgido a raíz del levantamiento de octubre 2019 en las calles de Chile y pretende contribuir a ellos. Estos proyectos subrayan la necesidad de archivar, mapear y teorizar el evento, el modo en que subvierte el uso de la calle, como historia vivida. Estudiar el levantamiento como historia vivida no provoca un tipo de respuesta particular, sino que inicia una investigación sobre lo que hace posible. Discutiremos la figura del atlas como herramienta para dicha investigación. El objeto de estudio es el uso de la calle como superficie de inscripción.  El atlas se emplea para conservar el archivo emergente del levantamiento mediante la composición de imágenes y textos, no para cerrar el significado sino para permitir que la imaginación entre en el ámbito del conocimiento.

Mesa redonda 11 - “Eu odeio explicar gíria”: sintaxe periférica e a norma culta - Renata Mourão Macedo, Ivan Russeff e Eliana Asche. Mediadora: Maria Nilda de Carvalho Mota

Ementa: Há alguns anos têm sido objeto de debate o confronto entre a produção literária considerada clássica e as produções literárias marginais ou periféricas. Esse confronto precisa ganhar mais substância, a partir da compreensão de que a linguagem não se realiza no plano das formalidades gramaticais, mas na sua execução cotidiana. Essa mesa pretende estimular uma conversa entre a gramaticabilidade e a função poética da linguagem. Para tanto, vamos abordar as questões relativas à construção do fazer poético, fora das normas gramaticais. O que significa o preconceito linguístico traduzido para a produção poética periférica? O que incomoda o mundo letrado? A linguagem ou o conteúdo que ela traz? Que marcas a linguagem das periferias expressam?

Mesa redonda 12 – ‘é nóis: minas, bixas, pretos’: corpos-gestos-artes-fatos a invadirem os não-convites das ruas em (não)sub-versões estéticas e políticas - Tiago Duque e Tobias Arruda Queiroz. Mediadora: Elenise Cristina Pires de Andrade

Ementa: Convites invasivos que nos chegam pelas ruas dos pixels, dos muros: lives, cursos, reuniões, clipes inéditos, shows liberados, eventos, aulas. Que artes se expandem (ou não) a tais fatos? Quais gestos intensificam (ou não) alguns corpos? Velocidade da banda larga, uso de dados, smart phones, computadores, corredores, transportes públicos, pesquisas, escritas, músicas, respirações, máscaras. Que cansaços nos atingem? Questões/tensões envolvendo as relações singulares individuais e coletivas, nessa situação de fascismo e violência que acomete nosso país. O que podem artes-fatos-gestos-corpos quando deslocades da, pela e na rua? O que pode uma rua e o que faz um corpo quando desloca a sensação de (des)obediência de formas de vida? Como pensarmos as corporeidades musicais e a gira poética para enfrentarmos o racismo? Como gestos-fatos-artes-corpos, assim re/des-locades, podem provocar outras (des)obediências em (não)sub-versões estéticas e políticas?

Mesa redonda 13 – A cena da rua e do teatro na rua: relações e proximidades nos espaços abertos das cidades - Osvanilton de Jesus Conceição, Erika Cunha e José Amâncio Tonezzi Rodrigues Pereira. Mediadora: Rosana Baptistella

Ementa: As relações do teatro com a rua. Pesquisas e experiências na perspectiva de artistas cênicos que atuam, observam, estudam e refletem sobre/no espaço aberto das cidades. O texto lido, falado, encenado; o texto no corpo, na voz, no contexto da rua. Como se relacionam os múltiplos personagens da rua e o ator, a atriz, o performer?

Mesa redonda 14 – Literatura indígena: metamorfoses entre floresta e cidade - Daniel Munduruku, Julie Dorrico e Edson Kayapó. Mediadora: Alik Wunder

Ementa: A mesa convida três escritores/as, acadêmicos/as e pensadores/as indígenas: Daniel Munduruku. Julie Dorrico e Edson Kaiapó, que em suas trajetórias entre cidade e floresta, aldeias e universidades, literatura e narrativa oral, pesquisa acadêmica e atuação política produzem metamorfoses identitárias, existenciais, estéticas, literárias e no pensamento em diversas áreas de conhecimento. É pela força da metamorfose que se fazem nesses trânsitos entre mundos que o 23o COLE convida todxs a pensarem a potência da palavra, da presença criativa e do gesto político dos povos indígenas na literatura, na academia e na vida pública.

Mesa redonda 15 – A rua com meio: intensidades desterritorializam imagens - Ana Maria Preve e Verónica Hollman. Mediadora: Gisele Girardi

Ementa: A mesa se propõe como uma parada, uma desaceleração de um movimento que começa bem antes, começa agora, de trocas de leituras e experimentações a partir de movimentações em imagens e pelas imagens nas ruas de Florianópolis e Buenos Aires e outras que por aí atravessam. Se pensamos o espaço como encontro de trajetórias até então, quais leituras acontecem quando a rua se torna o meio que afeta, quando ela se torna a condição de experimentações que intensificam modos outros de habitá-la, quando ela começa a se nos apresentar como múltiplos intervalos que nos aproximam a outros humanos e não humanos?

Mesa redonda 16 – A produção imagético-literária da periferia do capitalismo - Fábio Fonseca de Castro, Preto Michel e Monique Malcheré. Mediadora: Marina Ramos Neves de Castro

Ementa: Imagens, leituras e intersubjetividades. As possíveis leituras na periferia urbana do capitalismo, a presença da cultura nas dimensões da intersubjetividade: sensorialidades, sensibilidades e afetividades. Diálogos e interpretações do mundo da vida, ordinário e quotidiano, na produção do imaginário social e seu reflexo na produção da literatura e da leitura do mundo da vida. Narrativas imagético-literárias de colonialidade e de decolonialidade na produção imagético-literária na articulação entre espaço, texto, imagem, identidade, comunicação e cultura. Colocar em evidência as experiências imagético-literária de criadores da periferia do capitalismo.

Informações: ALB - Associação de Leitura do Brasil (19) 35217960 secretaria@alb.org.br

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